Apesar de ser imprescindível nas organizações de hoje, o marketing ainda é considerado muito recente se comparado a outras áreas de estudo, como por exemplo a financeira. Originado na primeira metade do século XX, sobre o contexto da primeira revolução industrial, o marketing era centrado em apenas um fator: o produto. Nesta fase corria pelo mundo a célebre frase de Henry Ford, “O cliente pode pedir o carro da cor que deseja, contanto que seja preto”. Os consumidores eram fatores secundários nas organizações, vistos apenas como uma massa com necessidades físicas. Esta era de foco no produto foi nomeada de Marketing 1.0.
Veio então a segunda grande era do marketing, a 2.0, com a constatação de que clientes não eram mais fatores secundários de atuação, e sim primários, vistos como consumidores inteligentes e dotados de coração. Com o início da era da informação em meados de 80 e 90, criaram-se produtos para satisfazer única e completamente as necessidades da sociedade. Há também a participação estratégica do marketing na organização, não mais como departamento auxiliar, mas sim como um dos principais.
Segundo Kotler, enquanto a era 1.0 foi marcada pelo foco no produto e a era 2.0 pelo foco no cliente. Surge então a era 3.0 chega com um novo conceito-chave: a proposição de valor funcional, emocional e espiritual. Portanto, as organizações não visam unicamente o lucro, e sim fazer do mundo um lugar melhor.
Com essa nova visão do marketing e a disseminação das redes sociais, estudos recentes nos mostram que os consumidores passaram a confiar muito mais em si mesmos e nos outros do que em especialistas e empresas. Ou seja, em alguns casos os clientes confiam muito mais em comunidades na internet sobre as experiências com determinado produto, do que em um vendedor especialmente treinado para vendê-lo. Este simples fato valida o poder das redes em construir ou destruir a credibilidade de uma marca.
Um exemplo forte sobre este tipo de atuação é o Twitter. Algumas pessoas céticas quanto ao seu poder de disseminação, não vêem utilidade em um microblog onde pessoas falam sobre o seu dia-a-dia. Porém, pessoas-chave que detenham não o maior número de seguidores, mas sim os seguidores-chave, podem com facilidade lançar tendências, comentários e propaganda seja ela positiva e negativa.
Personalidades como por exemplo o ator Ashton Kutcher (6 milhões de seguidores) são os mais famosos exemplos de pessoas-chave dentro do microblog. Caso o Sr. Kutcher não goste de determinada marca e tornar esse pensamento público pelo twitter, 6 milhões de pessoas saberão em segundos.
Enfim, gostando ou não, as mídias digitais coletivas não podem mais ser esquecidas e muito menos represadas. E então, quem é o seu cliente-chave?
Danilo da Cunha Canova