Em uma recente matéria da Revista Exame, foram expostos alguns casos de empresas brasileiras de grande porte que sentiram a necessidade de simplificar as suas estratégias e processos internos para garantir a rentabilidade frente a um cenário instável. Esta situação é aplicável na grande maioria das organizações brasileiras.
Entretanto, quando ocorre a situação inversa, em épocas propícias ao crescimento, a tendência é que não existam muitas preocupações com as oportunidades de otimização e o foco seja a expansão de mercado, o aumento das vendas, e o aproveitamento da ‘boa fase’. Porém atrás de toda a tempestade vem a bonança, após um período de crescimento, pode existir um período de estagnação. Esta situação gera a necessidade de torcer a toalha e enxugar as despesas, cortar custos, e otimizar os processos. E aí está uma grande oportunidade de aprendizagem.
A aprendizagem pode ser definida como uma mudança do comportamento adquirida pela experiência ou reflexões. Isto está acontecendo com várias gigantes brasileiras: diretores e executivos perceberam que existiam muitos processos que não serviam para nada, burocracias, avaliações, reuniões improdutivas, muitos papéis, muitas formalidades e pouca atitude.
A solução encontrada pelas empresas citadas na matéria foi manter o foco apenas no que é mais rentável, e realmente é importante e lucrativo para a organização. Muitos diretores relataram que foi preciso manter somente as ações que são possíveis realizar. Em geral, muito tempo e “energia” são desperdiçados com o que gostaríamos de fazer, mas que não é feito, por falta de capacidade de execução. É preciso pensar e executar as coisas de forma simples.
Contudo, deve-se tomar cuidado: ser simples não significa ser simplista. Ser simples significa fazer as coisas de maneira eficaz, poupando tempo, e executando estritamente o que é necessário para obter os resultados desejados. Simplista é aquele que não atende aspectos importantes para o alcance dos objetivos, e por isso não consegue atingi-los. Por tanto, como tudo em nossas vidas, é preciso chegar ao ponto de equilíbrio, entre o simples, o simplista, a complexidade, a burocracia, as medições, os indicadores, e tantas outras coisas que comprometem o nosso dia a dia.
É extremamente tentador sair fazendo tudo ao mesmo tempo, mas o resultado nem sempre é atingido. Muitas vezes não conseguimos terminar as ações que nos propomos a fazer. Dificilmente alcançaremos os objetivos com a qualidade e nos prazos desejáveis se as prioridades definidas não forem cumpridas.
Por isso, é preciso planejar, olhando para o todo, para perceber o que é de fato relevante e vai ‘fazer a diferença’. Com isso é possível determinar as prioridades, e nos auto gerenciar para executar as ações que são pertinentes. É fundamental aplicar esse planejamento em todas as situações, no trabalho e na vida pessoal.
E na sua organização as prioridades são bem definidas? Qual é a sua prioridade hoje?
O artigo citado encontra-se em: Revista Exame, Edição 1047, Ano 47, Nº 15, 21/08/2013, Página 32.
Elaine Madalena Cetnarski