Em um mundo em que quase tudo esta virando commodities, irá se destacar aquele que inovar e diferenciar o seu produto ou serviço. Um dos caminhos para esta diferenciação é a aplicação do design nos problemas, produtos e processos. Porém, ainda muitas vezes o design é visto pelas pessoas apenas como um serviço decorativo, talvez por confundirem arte, design e decoração. Esta confusão se aprofunda no meio empresarial por que alguns utilizam a palavra arte para se referir apenas a um layout desenvolvido, ou arte final. Com esse pensamento, é comum vermos empresas contratarem pessoas que saibam utilizar os softwares de edição e criação para deixar seus materiais mais bonitos. Ou pior, pensar que sua empresa não precisa “deixar as coisas mais belas”.
Aqui então cabe uma pequena reflexão sobre a arte, o belo e o design. Segundo Rodin, “a arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza…é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam.” O belo, segungo Platão, é identificado com o bem, com a verdade e a perfeição. O que confere a perfeição e a beleza a uma obra é a sua proporção, simetria, ordem, isto é, uma justa medida. Paul Rand, designer da marca da IBM, disse que “o design é uma disciplina que soluciona problemas”, logo o ponto de partida para qualquer trabalho de design deve ser um problema. Ele está situado entre a ciência e a arte, pois como a ciência, busca soluções e resultados, mas partindo das pessoas e com o pensamento criativo e inovador da arte. Buscando nem sempre a solução perfeita, mas a solução que funcione melhor nas condições dadas.
Quando qualquer produto de design (físico ou não) é visto a primeira coisa que chama a atenção é o seu visual. O que está por trás de tudo isso muitas vezes nem é percebido pelo público: que este objeto ou processo é o resultado de um processo de pensamento que leva em consideração as necessidades do usuário e a função que o produto tem que cumprir. O designer projeta direcionado por especificações técnicas e para atingir um público alvo particular, focando na experiência do usuário. É importante que o designer participe desde o inicio do desenvolvimento de projetos. Dessa maneira é possível contribuir de forma mais efetiva em materiais e produtos, participando de todas as etapas do desenvolvimento desde o começo e não somente para embelezar o material no final do processo, fazendo trabalho operacional.
O que se percebe em muitos produtos e serviços é a falta de design. Isto é materializado quando o usuário ou o cliente se frusta e tem dificuldades de realizar algumas tarefas. Exemplos:
Um funcionário de uma empresa precisa ir a um setor X e não consegue achá-lo. Problema de falta de sinalização ou sinalização ruim.
Alguém compra um brinquedo para o filho que precisa ser montado mas não consegue montar. Problema de clareza no manual.
Não encontrar uma função no celular. O problema pode ser usabilidade, posição dos botões ou organização do menu.
Hoje vendemos mais do que produtos e serviços, vendemos experiências. Neste contexto então o design agregado, de forma multidisciplinar, nos ajudará trazendo soluções para tornar a vida mais fácil, mais bonita e experencial! Como o design pode auxiliar a sua empresa?
Danielle Daledone