Em 2011, a produtividade (PIB por hora trabalhada) brasileira foi de US$11/hora. Como referência, o mesmo indicador no Japão foi de US$43/hora. Este país, menor que o estado de Minas Gerais, é referência em qualidade e produtividade, pois na década de 50 implantou em suas empresas uma filosofia básica que perdura até hoje, o 5S.
O 5S surgiu na era pós 2ª guerra mundial no Japão, visando melhorar as condições do ambiente de trabalho de forma que respeitasse o ser humano. Partindo dessa premissa, o país conseguiu aumentar a qualidade e a produtividade, superando assim a crise. Estava claro que a filosofia 5S é a base para as demais. O guru da qualidade, Kaoru Ishikawa, afirma que o 5S é essencial para a TQM (Total Quality Management). Taiichi Ohno, o criador do Sistema Toyota de Produção, traduziu a filosofia lean representando-a como uma casa – conhecida como Casa da Toyota. Nela percebe-se que o 5S é um dos alicerces que suportam a estrutura da gestão enxuta.
Analisando minuciosamente, observa-se que cada “S” dá suporte à gestão lean.
• O 1ºS – senso de utilização – trata da essência do JIT (Just in Time): ter a quantidade certa, no local certo e no momento adequado.
• O 2ºS – senso de ordenação – busca deixar tudo à vista, o que na filosofia lean é chamado de Gestão Visual.
• Fazendo a limpeza com inspeção, o 3ºS – senso de limpeza – contribui para a implantação da TPM (Total Productivity Maintanance).
• No 4ºS – senso de saúde e padronização – temos dois focos: (i) ambiente sem riscos de acidente, valorizando o ser humano que é o recurso mais importante da empresa; e (ii) processos padronizados, que juntamente com o nivelamento da produção geram a estabilidade da carga de trabalho (heijjunka).
• Por fim, porém não menos importante, o 5ºS – senso de disciplina – cria nas pessoas o sentimento de melhoria contínua (kaizen).
Esta é uma amostra de como o processo 5S prepara a empresa para uma gestão que visa aumento de produtividade.
Para subirmos algumas posições no ranking de produtividade mundial, o suporte dado pelo 5S não é suficiente… mas é necessário. Assim concluímos que a base para a melhoria contínua deve estar estruturada, ou melhor, bem estruturada e mantida.
A sua organização quer aumentar a produtividade e ser mais competitiva, mas enxerga o 5S desta forma?
Rogério Itiro Yamanishi